Um pouco de história
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São Jorge e Eldorado ganham escola em 1960
O pedido de criação de um Grupo Escolar para atender à população em idade escolar do bairro São Jorge e da Vila Eldorado foi apresentado pelo delegado de Ensino, professor Romeu Ceravolo. A escola foi criada por ato de 25 de março de 1969, mas só foi instalada no dia 2 de maio do mesmo ano, com oito classes de 2º estágio.
A cerimônia de instalação teve a presença do então governador dr. Roberto Costa de Abreu Sodré; do secretário do Estado de São Paulo, dr. Roberto Barros Ulhôa Cintra; do prefeito Adail Vetorazzo; do delegado substituto de Ensino de Rio Preto, prof. Walter Poletti; e o inspetor escolar prof. Oscarlino Ferraz de Campos.
O decreto nº 46.914, de 18 de outubro de 1966, sancionado pelo governador do Estado Laudo Natel, "declara de utilidade pública, a fim de ser desapropriada pela Fazenda do Estado, por amigável ou judicial, a área de terreno de forma irregular, com 7.600 m², situada na Vila São Jorge, distrito, município e comarca de São José do Rio Preto, necessária à instalação do 12º Grupo Escolar, que consta pertencer a Adelino Alves e sua mulher, com frente para as ruas José Zanirato, medindo 170 metros; Angelina Finelli, com 50 metros; Hermógenes da Faria, com 132 metros; e finalmente com imóvel de propriedade de quem de direito, medindo 62 metros; medidas essas constantes da planta anexa ao processo nº 28.130-66 do Departamento Jurídico do Estado".
Construção moderna
O 12º Grupo Escolar foi edificado pelo Fundo Estadual de Construção Escolar. Sua área total é de 5.858,04 m.², sendo a parte térrea de 718,18 m² e a superior de 631,88 m², num total de 350,06 m² de área construída. Anexo, como parte da construção, foi construída uma casa para residência da zeladora. A escola ganhou construção moderna com material usual: cal, tijolos, ferro, etc. Além das oito salas de aula, conta com salas para diretoria, secretaria, professores, material escolar, gabinete dentário, cozinha, copa, quarto para material de utilidade doméstica; 12 sanitários, sendo quatro masculinos e oito femininos, todos com chuveiro.
As salas de aula são amplas, arejadas e bem iluminadas, tendo uma das paredes totalmente de vidro, permitindo uma visão excelente. Os corredores superiores são protegidos com grades de segurança.O mobiliário inicial foi doado pela Divisão de Material Escolar do Estado: 12 mesas de professor e uma de reunião, 30 cadeiras, 320 carteiras, oito armários simples, cinco bancos de recreio, um sofá, duas poltronas de braços, uma mesa de centro, um porta-telefone, uma mesa para máquina de escrever, uma máquina de escrever.
A Fundação Rio-pretense de Assistência Social doou o material necessário às atividades da cozinha (caldeirões de diversos tamanhos, pratos, colheres, peneira, concha, espumadeira, facas). Fogão de duas bocas com cota de gás e em 1970, um fogão elétrico. Para as atividades pedagógicas, a Circular Santa Luzia doou um duplicador a álcool (mimeógrafo). No terreno, foi reservada área para a construção de um poço e plantação de hortaliças, atividades que os alunos desenvolvem sob a supervisão de um auxiliar pago pela diretoria.

Escola reúne alunos do próprio bairro
O corpo discente é composto por crianças do próprio bairro São Jorge onde moram. Pouquíssimos vêm de sítios e chácaras próximas. O bairro é populoso e pobre. A condição socioeconômica é baixa, vindos da zona rural, sem nenhum preparo profissional, analfabetos e semi-alfabetizados. Geralmente trabalham como volantes na cidade, em serviços temporários em sítios e chácaras vizinhas em época de colheita. O bairro não possuía asfalto quando a escola foi instalada. Antes da instalação do GESC do bairro São Jorge, os estudantes frequentavam o grupo escolar Voluntários de 32, Alto da Boa Vista, e o do Parque Industrial.O novo Grupo Escolar começou a funcionar em maio de 1969, com 355 alunos assim distribuídos: 170 no primeiro ano; 75 no segundo; 70 no terceiro e 40 no quarto ano. Em setembro de 1970, eram 440 alunos distribuídos em 12 classes, todas comuns, pois não há classes especiais, nem pré-escola, nem para excepcionais. O horário escolar era apenas no período da manhã. Nos anos subsequente, em dois períodos: o da manhã, das 8 às 12 horas, com intervalo das 10 às 10h30; e o da tarde, das 12h30 às 16h30, sendo o intervalo das 14 às 14h30.
As matrículas aumentaram ano a ano. O bairro é novo, nos anos 60, com exceção de algumas famílias cuja renda é maior por serem sitiantes, dono de venda, mas a maior parte da população é de baixa renda.
Vieram da zona rural e vivem de trabalho volante de servente de pedreiros, carregadores de caminhões, limpadores de quintais. Outros procuram trabalho em sítios e chácaras vizinhas, trabalhando na época de colheita.
A precária condição econômica da família se manifesta claramente no desinteresse dos pais pela escola, no baixo aproveitamento dos alunos e na evasão escolar, provocada especialmente pela mudança constante das famílias em busca de trabalho ou retornando à zona rural. A desnutrição, comum entre as crianças, é enfrentada com a criação da sopa escolar fornecida diariamente a todos os alunos.
Os primeiros professores
O primeiro corpo docente do novo GESC, de 2º estágio, foi composto pelas professoras regentes das escolas isoladas de 1º estágio, do bairro São Jorge: Ercilia Patti Cleaver, Edith Homsi Coelho e Wilma Villani Morini. A elas foi acrescentada uma professora efetiva, removida do GESC de Auriflama, profa. Diomar de Souza Guimarães e oito substitutas efetivas, que logo a seguir passaram a responder pelas classes vagas.
O número de professoras efetivas e substitutas cresceu ao longo dos anos atendendo à demanda escolar.
O primeiro corpo administrativo contou com a profa. Anilda Farani Verdi, na direção, e como auxiliar de direção a profa. Olinda Marconi. Anilda Farani Verdi foi diretora efetiva no GESC de Ibiporanga, adida à Delegacia de Ensino Básico de Rio Preto e designada para responder pela diretoria vaga, que já fora escolhida pela diretora do GESC de Guapiaçu, profa. Zita Silva Martins que apenas esperava o ato de remoção ser publicado no Diário Oficial para tomar posse.
Seu trabalho diário era de oito horas, dedicadas ao atendimento dos serviços da diretoria, do expediente, caixa escolar, promoções sociais e serviços burocráticos. Profa. Anilda desligou-se do GESC Bairro São Jorge para responder pela direção do GESC Coronel Batista de Lima, em Guapiaçu.
Patrono veio de Matão
No dia 6 de outubro de 1970, o Grupo Escolar do Bairro São Jorge passou a denominar-se Prof. Adahyr Guimarães Fogaça. O patrono Fogaça nasceu em Matão a 14/5/1923. Pertenceu à uma família dedicada ao magistério. Era filho de Walfredo Guimarães Fogaça, delegado Regional de Ensino em Rio Preto.
Professor, presidente da Sede Regional e Membro do Conselho Superior do Centro do Professorado Paulista, também trabalhou como secretário da Fadir (atual Unirp) e como diretor do Grupo Escolar Ezequiel Ramos.
Representou o Brasil no Congresso de Educadores Americanos, no México.
Formou-se professor em Taquaritinga, em 1943, com curso de administração escolar pelo Instituto de Educação Mons. Gonçalves, em 1962. Morreu em Rio Preto, em 12/2/1968. Além da escola da rua Auriflama nº 2568 no Eldorado, uma rua no Jardim Alto Rio Preto leva o seu nome em homenagem.
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